Perfil epidemiológico dos pacientes com sífilis congênita correlacionada à sífilis gestacional no Estado de Goiás: um possível indicador da qualidade dos serviços de saúde pública
Resumo
A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível causada pela bactéria Treponema pallidum. Suas manifestações clínicas podem variar de lesões cutâneas a acometimento sistêmico e é possível classificá-la de acordo com a sintomatologia e o modo de transmissão em adquirida, gestacional e congênita. Dito isso, a porta de entrada da gestante é a atenção básica, em que ela terá acesso aos serviços do pré-natal. Logo, os dados de prevalência e de incidência da sífilis possuem potencial como indicador da qualidade dos serviços de saúde. Desse modo, objetiva-se construir o perfil epidemiológico de pacientes com sífilis gestacional/congênita no Estado de Goiás. A metodologia utilizada consistiu em um estudo descritivo/analítico sobre os casos de sífilis gestacional e congênita com base em dados sobre notificação e internação hospitalar, no período de 2018 a 2023, do DataSUS. A causalidade do adoecimento por uma infecção de via sexual é multifatorial e engloba fatores socioculturais, biológicos, econômicos e governamentais, portanto reconhecé-los é vital para evitar viés no perfil dos acometidos. Logo, estabeleceu-se um perfil epidemiológico de gestantes goianas com sífilis em que a maior faixa etária foi dos 20-39 anos representando 74,47% do total. A maioria dessas progenitoras realizou o pré-natal representando 81,27%, sendo 62,13% a porcentagem de diagnósticos de sífilis congênita durante o pré-natal. 5,31% realizaram durante o pós-parto, em que 97,11% das crianças foram diagnosticadas antes dos 6 dias de vida. Por fim, ressalta-se que 94,48% das crianças com sífilis congênita são classificadas como precoce e que 55,55% dos parceiros não receberam tratamento.