Uso de Neuroestimulantes por Estudantes de Medicina no Internato: Prevalência e Impactos
Resumo
Na última década, o uso de psicoestimulantes, como o metilfenidato, aumentou entre estudantes de medicina em busca de melhorar o desempenho acadêmico. Este estudo teve como objetivo investigar o uso de neuroestimulantes entre estudantes de medicina da Universidade de Rio Verde – extensão Goiânia. Utilizou-se um questionário online que abordou hábitos pessoais, histórico de vida e motivos para o uso de medicamentos. A amostra incluiu 131 estudantes, sendo 70,2% do sexo feminino. Os resultados mostraram que 85,5% dos participantes não usaram neuroestimulantes, enquanto, e apenas 14,5% (n=19) fazem uso. Dentre eles, 6,9% (n = 9) fazem uso de Venvanse® (Dimesilato de lisdexanfetamina) e 5,3% (n = 7) de Ritalina® (Cloridrato de metilfenidato), além de outros medicamentos.A maioria (47,4%) utilizou os medicamentos por prescrição médica, e 36,8% mencionaram o desejo de aumentar a capacidade cognitiva. As motivações para o uso refletem a interação entre fatores acadêmicos e emocionais. Apesar de a pressão acadêmica ser uma constante, o consumo não foi amplamente disseminado, com maior adesão entre estudantes nas séries iniciais do curso, contrariando o senso-comum. A falta de associações significativas entre o uso de medicamentos e fatores demográficos sugere que questões pessoais e acadêmicas são mais determinantes. Conclui-se que a predominância do baixo uso nos períodos finais e ainda uso baseado em prescrições médicas, ressalta a importância de um acompanhamento adequado para garantir a saúde mental e minimizar os riscos do uso inadequado de medicamentos, contribuindo assim para a formação de profissionais de saúde mais saudáveis.