Rastreio de proteínas na urina de acadêmicos de medicina de uma universidade em Goiânia: possíveis impactos do uso de AINEs e fatores associados
Resumo
Este estudo avaliou a presença de proteínas na urina de estudantes de medicina da Universidade de Rio Verde, campus Aparecida de Goiânia, correlacionando a ocorrência de proteinúria, especialmente, com o uso de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs). Outras variáveis passíveis de causarem a condição foram analisadas, como suplementação proteica e nível de hidratação, dentre outros fatores. Trata-se de um estudo observacional, descritivo e transversal, no qual foram coletadas amostras de urina e aplicados questionários a 162 acadêmicos, com idade superior a 18 anos. As análises das amostras de urina foram realizadas utilizando tiras reagentes e refratômetro para avaliação da densidade urinária, além da aferição de pressão arterial. Os dados obtidos foram analisados no programa JAMOVI 2.3.21. Os resultados revelaram que 81,84% dos participantes não apresentaram proteinúria, enquanto 18,5% exibiram proteinúria discreta (<30 mg/dL), e apenas 1,23% tiveram proteinúria moderada (entre 30 e 90 mg/dL). Entre os que apresentaram proteinúria, 26,66% relataram o uso de AINEs, e a maioria consumia whey protein para suplementação proteica. Foi observada correlação positiva entre a densidade urinária e o consumo de água inferior a 2L por dia. A pressão arterial diastólica apresentou correlação com a densidade urinária, sugerindo sobrecarga renal em indivíduos com hipertensão diastólica. Conclui-se que a hidratação inadequada e a hipertensão arterial podem estar associadas a alterações na função renal, reforçando a importância do monitoramento desses fatores em populações jovens.