Avaliação da função sexual e sua relação com uso de contraceptivos hormonais entre estudantes do curso de Medicina de uma universidade pública no estado de Goiás

Resumo

A sexualidade feminina é multifatorial, com determinantes físicos, emocionais e socioculturais. Todavia, inúmeros agentes possuem a capacidade de desestabilizar esse sistema, sendo o uso de contraceptivos hormonais um potencial mecanismo de disfunção sexual, em decorrência do seu mecanismo de ação. Assim, o presente estudo avaliou o perfil epidemiológico e as variáveis relacionadas ao uso dos métodos contraceptivos, e a sua relação com a função sexual, entre estudantes do curso de medicina de uma universidade pública do Estado de Goiás. Trata-se de um estudo transversal, descritivo e analítico, cujas variáveis foram obtidas por meio de questionários autoaplicáveis, contendo perguntas sobre o perfil sociodemográfico, experiência e disfunção sexual (pelo Female Sexual Function Index - FSFI). Em uma amostra de 241 questionários elegíveis, identificou-se predomínio etário entre 20 e 25 anos (68,5%), heterossexuais (88,8%), solteiras (91,7%), católicas (38,6%) e cursando o ciclo básico (49,0%). Dentre os métodos hormonais, a pílula foi o mais utilizado (73,8%), seguido do dispositivo intrauterino (22,8%). Dentre as 191 voluntárias que iniciaram atividade sexual, o questionário FSFI revelou que 47,5% apresentam um quadro de disfunção sexual, sendo a população mais acometida aquela que utiliza métodos não hormonais ou nenhum método (58,5%). Em conclusão, foi possível estabelecer uma associação entre o uso de contraceptivos hormonais e a melhora da função sexual feminina, o que pode se relacionar com uma interpretação de maior segurança durante as relações sexuais.